A ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA BARRA BONITA - "AABB", A "PRAÇA DE ESPORTES NATALINA OMETTO GONÇALVES", HINO AO FUTEBOL

A ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA BARRA BONITA - "AABB"
FUNDADA EM 21 DE ABRIL DE 1923

A agremiação que projetou nossa cidade no Estado e no País, conquistando títulos e glórias no esporte amador e profissional, teve a sua fundação inspirada pelo entusiasmo de um grupo de esportistas, os quais desejavam promover a prática do futebol e regatas, com vistas a disputas regionais, além do pedestrianismo e do turfe.
A fundação, no dia 21 de abril de 1923, deu-se no Bar do Ponto, de propriedade do Senhor Liberato Fraga (onde hoje se localiza a agência do Banco Bradesco e já "batizada": "Associação Atlética Barra Bonita", elegeu a primeira diretoria, assim constituída: Presidente: Dr. Orozimbo Loureiro Junior; Vice-Presidente e Procurador: Mário de Campos Costa; Secretário: Luiz Picchiello; Tesoureiro: Demósthenes Gonçalves. Foram considerados sócios fundadores, os Srs. Liberato Fraga, Francisco Lourenção, Juvenal Pompeu, Arthur Battaiola, Laurindo Battaiola e Casemiro M. C. Costa, este último membro da equipe que processava o saneamento do Rio Tietê.
Para desenvolver suas atividades esportivas, a "AABB" instalou-se em área cedida pelo progenitor de seu Presidente, na Fazenda Santa Eliza, à margem do Rio Tietê, onde foram aterradas as valas, construídos estaleiros para os barcos, sanitários, casa destinada ao depósito de materiais e escadas, junto ao Rio, para servirem de arquibancadas nas competições aquáticas e o campo de futebol, atrás do morro. A inauguração dessas obras ocorreu a 2 de dezembro de 1923, com uma partida futebolística contra o time de Bocayuva (atual Macatuba), saindo vencedora a "AABB" por 2 a 1, tendo o craque Floriano Battaiola marcado o primeiro gol da história do clube e Remo completando o marcador. O "onze" abebeano estreou e venceu com: Leone Stangherlin, Geraldino e Mário Bandeira; Arlindo Simon, Anibal Zugliani e Agostinho Nanci; Tite Victório, Victório Carnevalli, Valdemar, Floriano Battaiola e Remo, oficializando o preto e branco como cores do clube.
Em 1929, a grande enchente do Rio Tietê, levou "por água abaixo" os sonhos e a realidade dos abebeanos, com a destruição total de todo o seu patrimônio, inclusive os barcos de regatas e todo acervo histórico de sua existência. Em pouco tempo a "AABB" reconstruiu o campo de futebol e voltou a desenvolver suas atividades futebolísticas, até 1937.
Em 1939 voltou a reorganizar-se, aprovando novos Estatutos e elegendo a nova Diretoria: Presidente: Eduardo Simon; Vice-Presidente: Jechonias Ferraz de Camargo; 1º Tesoureiro: Leone Stangherlin; 2º Tesoureiro: Ricieri Bianchi; 1º Secretário: Miguel Tórcia; 2º Secretário: Floriano Battaiola; Diretor Esportivo: Octávio Antenor; Comissão de Justiça:
Nuno Marques Ferreira, Loris Contini e Arthur Battaiola
Sendo o futebol o forte da agremiação, a alvi-negra começou a colecionar vitórias e "arrastar" os barra-bonitenses ao campo da Chácara Santa Eliza, tornando-se uma verdadeira atração popular nas tardes de domingos e feriados. Em 21 de abril de 1942 era inaugurada, em prédio alugado e reformado, a sede social da "AABB", à Rua Campos Salles, esquina com a Major Pompeu (atualmente "Casa Piracema") e a construção do prédio próprio, o grande sonho de todas as Diretorias que passaram pelo Clube, começou a se tornar realidade com a aquisição de um imóvel à Rua 1º de Março (antiga residência e oficina de ferreiro da: família de Alberto Strutzel). A pedra fundamental foi lançada a 21 de Abril de 1957, data do 34º aniversário de fundação da alvi-negra.
A construção do prédio, numa época bastante difícil, foi resultado de uma soma de esforços da "família abebeana", que contagiou toda população. A vontade e a pressa de ver a "sede" pronta superava tudo e unia todos. A Diretoria, sob o comando de Octávio Antenor (Japonês), convocava mutirões e organizava promoções para arrecadar fundos. Três anos de lutas e trabalhos foram necessários para a concretização do sonho. A 21 de abril de 1960, 37º aniversário de sua fundação e dia da inauguração de Brasília, a nova Capital do Brasil, a "AABB" abriu as portas de sua sede própria, com grandes festividades, homenagens, baile e posse da Diretoria reeleita: Octávio Antenor, Angelo Peraçoli, Renato Adamo Bolla, Floriano Battaiola, Alcides Pagine, Cezar Saffi e Gervásio Frollini. O Conselho Deliberativo, que sempre apoiou a Diretoria, tinha como Presidente, Constantino Santiago Lopes. Em 1973, quando das comemorações do cinqüentenário de fundação da "alvi-negra", por iniciativa de seu Presidente Osmar Bernardino Luciano, o prédio da sede social foi denominado "Edifício Constantino Santiago Lopes", como homenagem póstuma ao seu dedicado Conselheiro.


A "PRAÇA DE ESPORTES NATALINA OMETTO GONÇALVES"
Ampliando sua área de atuação e para atender ao crescimento do número de sócios, a "AABB" decidiu construir sua praça de esportes, iniciando pelas piscinas. Para que isso fosse possível, contou com a generosidade e o elevado espírito esportivo do Comendador Orlando Chesini Ometto, Diretor Superintendente da Usina da Barra que, doou, em nome da mesma, no ano de 1961, um área de terreno à rua Salvador de Toledo, esquina com a rua Cônego Delgado, no "espigão" da cidade. Grandes dificuldades foram superadas pela união e garra de Diretores e associados que, finalmente, no final do ano de 1970, puderam ver concluídas as obras.
Para denominar a nova praça de esportes, composta de três piscinas (uma semi-olímpica), vestiários e lanchonete, foi escolhido, por unanimidade, o nome de Dona Natalina Ometto Gonçalves, como homenagem a toda família Ometto e a ela, de modo especial, pelos seus méritos pessoais e humanitários, admirados por todos os barra-bonitenses.
No dia 27 de dezembro de 1970, domingo, às 9 horas da manhã, sob um calor de 33 graus, a festa de inauguração. Acompanhada de seu esposo Dr. Paulo Gonçalves; do irmão, Comendador Orlando Chesini Ometto e esposa Dona Martha Maria Simões Ometto, a homenageada, Dona Natalina Ometto Gonçalves descerrou a placa inauguratória da Praça de Esportes que leva o seu nome, sob forte emoção e os merecidos aplausos da "família abebeana", Diretores, Prefeito Dr. Wady Mucare, representantes do Legislativo, dos clubes sociais e da nossa sociedade ali representadas. Após as saudações e as bênçãos das instalações pelo Padre Júlio Wisnieski, o Presidente abebeano, Beltrando Tórcia (Tchando) convidou o Comendador Orlando Chesini Ometto para desatar a fita simbólica, declarando inaugurada a "Praça de Esportes Natalina Ometto Gonçalves". Emoções e lágrimas à parte, a estréia oficial das piscinas foi feita, efetivamente, pelo Dr. Paulo Gonçalves que, num gesto espontâneo de entusiasmo e alegria, mergulhou na água, totalmente vestido, no que foi seguido pelos Diretores, Beltrando Tórcia e Antonio Benedito Di Muzzio. A partir daí, o "banho" e a alegria foi geral até o final da tarde.


OS NOVOS INVESTIMENTOS
Atendendo a seu quadro associativo e diversificando as atividades esportivas, a "AABB" continuou com o esforço das novas diretorias sua expansão patrimonial, construindo junto às piscinas, na área anteriormente doada e em outras adquiridas posteriormente, duas canchas de bochas, quadra polivalente para a prática de futebol de salão, basquete, vôlei, quadra de tênis, amplo salão de festas e saunas, tendo iniciado no mesmo local a construção do Ginásio de Esportes, completando assim seu valioso patrimônio sócio-esportivo, orgulho de seus associados e dos barra-bonitenses.

DESTAQUE FUTEBOLÍSTICOS
No futebol, depois de muitos campeonatos amadores disputados e inúmeros títulos conquistados, ingressou no ano de 1977, no profissionalismo integrando a Segunda e posteriormente a Terceira Divisão de Profissionais da Federação Paulista de Futebol, sendo desta última campeã no ano de 1980 e retornando às disputas da Segunda Divisão.
Quando ainda amador, a "AABB" jogou com a equipe principal da A. A. Ponte Preta de Campinas, na ocasião líder do Campeonato da Primeira Divisão de Profissionais da Federação Paulista de Futebol, e venceu por 1 a 0, no "Vicentão", gol marcado por Laércio Antonelli aos 26 minutos do segundo tempo. A equipe abebeana que realizou o grande feito na noite de 25 de maio de 1976, uma terça-feira, foi composta por: Ditinho, Beto Gerin e Marco Antonio; Mané Agostinho, Ditão e Celso; Zé Maria, Quinho, Laércio, Victor e Ademar (Braga). O técnico foi o Prof. Roberto Battaiola, o juiz Sérgio Bertagnoli da Federação Paulista de Futebol e o representante desta o barra-bonitense Miguel Tórcia Filho.
Um de seus mais renomados atletas, Renato Adamo Bolla engrandeceu o esporte local ao receber em 25 de maio de 1975, o "Prêmio Belfort Duarte", concedido pela C.B.D. (Confederação Brasileira de Desportos), hoje C.B.F. (Confederação Brasileira de Futebol), ao jogador de futebol amador que tiver disputado 120 partidas oficiais e não tiver sofrido nenhuma penalidade pela Justiça Desportiva no período de 10 anos.
Depois de tanta tradição futebolística, a "veterana" sucumbiu ao elevado custo da manutenção de uma equipe profissional e sem retorno financeiro, agravado pelo êxodo dos torcedores que, face aos insucessos do Brasil nas Copas Mundiais após 1970 e as transmissões diretas pela TV dos jogos dos grandes clubes, não mais tiveram motivação para se deslocarem de suas casas, dirigirem-se aos estádios e levarem o incentivo aos jogadores. Assim sendo, paralisou as atividades futebolísticas, que tantas glórias e alegrias deram, ficando registrado que a "AABB" disputou todos os campeonatos oficiais de futebol organizados pela APEA, ACEA e FPF, conquistando os títulos de Campeã Amadora em 1944, 1953, 1957, 1967 e 1973, além do título de Campeã da Terceira Divisão de Futebol Profissional em 1980.
Atualmente, sem a prática do futebol que a consagrou, a "alvi-negra" tem nas atividades sócio-recreativas o seu grande potencial de atração entre a jovem e a velha guarda, destacando-se os bailes de carnaval cujo sucesso criou o slogan: "Tradição é tradição; Carnaval é o da Associação!".


PARA MATAR SAUDADE
Para entusiasmar os jogadores e torcedores abebeanos, o Professor Benedito Bonato que, além de sua reconhecida competência profissional era também inspirado poeta, violinista e compositor, escreveu e musicou o "Hino ao Futebol", o qual "levantava a torcida" quando entoado pelos próprios jogadores, ao início e final das partidas, de acordo com os depoimentos emocionados dos esportistas, memórias vivas da cidade: os craques da alvi-negra da época, Luiz Antonangelo (Luizinho) e Adão Antonelli (Nin) e os torcedores Cezar Saffi (Tché) e Satyro Stangherlin. Por se tratar de um verdadeiro "tesouro histórico", aqui vai o


HINO AO FUTEBOL

O futebol é um esporte querido
Que toda gente gosta de apreciar
E sem querer, vai se torcendo
Vai se torcendo até gritar!

Passa parceiro a bola
Em goal vamos chutar
joga bem firme, bem firme joga
Até o goal poder vazar!

Não desanime é preciso calma,
Com disciplina obedecer ao Juiz
É com esforço que se ganha as palmas
Dos assistentes que são mui gentis.

O futebol dá um não sei que na gente,
Deixa nervoso, faz arrepiar
E sem querer, vai se torcendo
Vai se torcendo, até gritar!