BARRA BONITA E A REVOLUÇÃO DE 1924
Por ser um episódio de repercussão nacional em que nossa cidade, por sua localização geográfica e estratégica teve uma participação destacada, transcrevemos o texto do escritor e poeta barra-bonitense Vidalino Torrano, extraído de seu livro "História de Barra Bonita", fls. 13 e 14:
"Quando o General Izidoro Dias Lopes, numa arrancada fulminante, rompida no dia 05 de julho de 1924, convulsionou a Capital de São Paulo com uma sangrenta luta que foi chamada Revolução dos Tenentes, ocorreram fatos envolvendo a Cidade de BARRA BONITA. Tendo os revoltosos ocupado uma parte da Capital Paulista, e surgindo de imediato a reação das tropas do II Exército, para evitar a luta fraticida no Centro da Paulicéia, o General Izidoro efetuou uma inesperada retirada. Concentrou suas tropas na região onde estão sediadas as instalações da Estrada de Ferro Sorocabana. Apoderou-se de todo sistema ferroviário da companhia, ocupando com seus soldados os trens disponíveis, obrigando-os a partirem com destino às linhas que conduzem ao entroncamento ferroviário de Bauru. O Comandante das forças Legalistas reuniu seus efetivos militares, embarcando-os nos trens da Estrada de Ferro "São Paulo Rail-Ways", seguindo até Jundiaí, onde embarcaram nos trens da Companhia Paulista de Estrada de Ferro, seguindo até a Estação de Campos Salles, um ramal da linha de Dois Córregos. Todo o contingente Legalista, composto de dois mil homens, desembarcou na Estação de Campos Salles, com o comando ocupando os vagões principais, mantendo as tropas de prontidão. O objetivo principal dessa concentração de soldados neste local, teve a finalidade de prevenir um possível retorno dos efetivos militares do General Izidoro, o que seria possível, devido à conexão rodoviária com a Estação Rodrigues Alves, da Sorocabana, no Município de São Manoel. Um destacamento do II Exército ficou em estado de alerta na cidade de BARRA BONITA, sustentando a vigilância na Ponte Campos Salles, para enfrentar qualquer emergência. Este fato imprevisto, demonstrou a importância da passagem sobre o Rio Tietê, firmando o conceito sobre o local, que é considerado também, como um ponto estratégico. Em pouco tempo ficou resolvida a contenda e os soldados retornaram aos Quartéis."