O TIRO DE GUERRA

O TIRO DE GUERRA

Em 1917, um movimento popular, nascido espontaneamente, fez surgir em Barra Bonita o primeiro Tiro de Guerra, mais conhecido como "Linha de Tiro", uma organização de cunho oficial, com a finalidade de preparar os jovens para lides militares, através da instrução cívica, disciplina, ordem, preparo físico e manejo de armas.
De acordo com os registros existentes, sua fundação ocorreu em 15 de novembro de 1917, em reunião convocada pelo Prefeito Municipal, Dr. Caio Simões, realizada no "cinema ldeal que se achava ricamente embandeirado" e sua diretoria ficou assim constituída: (*)
Presidente Honorário: Dr. Caio Simões; Presidente: João Baptista Pompeu; Vice-Presidente: Dr. Agenor Simões; Diretor de Tiro: Professor Armando Ognibene; Tesoureiro: Francisco Lourenção; Secretário: Demósthenes Gonçalves; Vogais: Juvenal Pompeu, Manoel Trigo, Professor Benedito Bonato, Mario Ferrarezi e José Alves; Comissão de Contas: Bernardino Rocha (Delegado de Polícia), Antonio de Almeida Pompeu e Laurindo Battaiola.
No ato de sua fundação a "Linha de Tiro" recebeu da Colônia Síria aqui domiciliada um importante donativo de RS$ 600,000 (Seiscentos mil réis) resultado da subscrição feita entre seus membros e destinada à confecção de uniformes dos atiradores pobres, demonstrando seus sentimentos de civismo e solidariedade para com o nosso País conforme consta da notícia do jornal "O Correio Paulistano".
Embora os Jornais não registrem, prestamos nossas homenagens à colônia síria que, na época do Tiro de Guerra, era representada pelas Famílias: Mucare, Nahás, Simão, Chaddad, Chalita, Rays, Arradi e outras.
Diz ainda a nota que "terminada a reunião uma grande massa popular, precedida de duas bandas musicais, saiu em passeata pelas ruas da cidade, levantando entusiásticos vivas ao Brasil, etc., etc."
Esse movimento contudo, teve curta duração, talvez por falta de apoio.
Na década de 1930, por iniciativa do Sr. Vicente Torcia, a "Linha de Tiro" voltou às ruas, mas apesar dos esforços de seu instrutor e comandados, também encontrou dificuldades para sua manutenção e se dissolveu na década de 1940.

(*) Recortes do arquivo de Juvenal Pompeu