AS BANDAS DE MÚSICA NO INÍCIO DO SÉCULO

AS BANDAS DE MÚSICA NO INÍCIO DO SÉCULO

A música tem linguagem universal. E nos primórdios de Barra Bonita as bandas de música (como até hoje e sempre) eram fator de união e alegria, "arrastando" o povo por onde passavam. Os registros sobre o assunto são poucos, mas nada melhor que o testemunho vivo do Sr. Domingos Settimio Frollini nas suas "Memórias de Barra Bonita" (fls. 20 e 21), para ilustrar e homenagear esses pioneiros da música em nossa cidade:


"AS BANDAS DE MÚSICA"
"Os italianos em geral gostam de música. Em Barra Bonita, desde os primeiros tempos sempre existiu uma pequena Banda. Sempre dirigida por um imigrante, que na Itália, tinha sido músico de uma banda militar ou municipal. Mas sempre com bastante prática e nunca visando tirar lucro para ser "maestro". Em Barra Bonita o primeiro maestro foi o Sr. Francesco Pan de Ló e o segundo Geraldo Mania, os dois eram exímios tocadores de clarinete. Mais tarde em diversas fazendas se organizaram pequenas bandas.
Na Fazenda Santa Luconia conhecida por Salvador de Toledo, dirigida por um colono italiano existia uma bem organizada banda, com mais ou menos 20 figuras. Aos domingos, um belo coreto em frente a Capela da Fazenda a Banda "Santa Cecília" tocava belas "marchas" e "dobrados" além de um belo repertório de valsa e mazurcas.
No bairro de Água da Estiva também foi organizada a Banda "8 de Setembro" dirigida pelo Maestro negro João Gomes exímio tocador de clarinete. Organizada pelo Sr. Giuseppe Antonangelo (Pepino) compunha-se a banda de 20 músicos, muito bem organizados e com instrumentos novos.
Aqui em Barra Bonita o italiano Sr. Francesco Fagá, sapateiro, casado, e pai de numerosa família, organizou uma banda de 20 figuras. Era um ótimo músico, tocando bombardino, trombone, baixo e bumbo, quando faltava um músico, ele mesmo o substituía e a banda não deixava de cumprir o seu dever. Foi maestro que dirigiu por mais tempo nesta cidade. Por muitos anos aos domingos a tarde havia retreta no coreto da praça São José, depois nas proximidades da "Ponte Campos Salles" e mais tarde no campo da A.A.B.B., que naquele tempo não existia o Estádio atual."
O citado livro mostra que os imigrantes italianos formavam a maioria das Bandas Musicais existentes no início do século, destacando-se David Bressanin, Francesco de Conti e Angelo Borsseto (baixo); Alfonso Bellei e Eugenio Nani (bumbo); Giuseppe (Pepino) Antonangelo, Emílio Bertagnoli, lzidoro Bressanin e Stefano Pullini (piston); Cônstantino Frollini (clarinete); Aurélio Saffi (caixa); Emílio Gotardo e Giuseppe Ricci (saxofone); Antonio Ruotti (bombardino) e Gustavo Santini (pratos); Righetto (Henrique) Frollini (sanfona), só para citar alguns. O alemão Alberto Strutzel tocava baixo.
Entre os brasileiros, Sebastião Dias da Silva (clarinete) e Deolindo Francisco (sanfona). O senhor Laonte de Andrade Só, que era professor do Grupo Escolar, também ensinava piano. Havia os professores de violino, Aristides Fonseca Moura e Benedito Bonato (este também professor primário). Os irmãos, Drs. Caio e Agenor Simões, igualmente eram exímios musicistas. 


Dona Germaine Picchiello e sua filha Georgette